Às vezes penso que sou abençoado por conhecer algumas poucas pessoas de grande valor. Há outras que eu gostaria muito de conhecer melhor e, há aquelas, também, com quem nunca serei tão próximo, mas que ainda assim foram importantes e me fizeram pensar no título deste texto.
Os quadros na verdade são conversas. A parede invisível é a minha memória.
Eu estava pensando: se tudo que a gente vive fosse uma grande biblioteca particular e os livros contidos nessa biblioteca fossem tudo o que a gente viveu, com os momentos ordinários e os grandiosos, como diferenciaríamos eles dos momentos realmente extraordinários? A resposta para mim seria: quadros.
Esses momentos extraordinários não são acontecimentos fora do comum, apesar da palavra significar exatamente isso, mas, justamente por estarem contidos em um dia simples, que não se esperava recebê-los. Uma viagem, por exemplo, é extraordinária por si só, mas é esperado que seja - propositalmente. Meus quadros são pendurados sem que eu saiba, e por serem importantes, ficam na minha parede até que também eles caiam sem que eu perceba, pois essa parede não é tão íntegra como as reais, a parede da memória deve ser revisitada e talvez por isso eu tenha criado essa figura para que eu me lembre, com frequência, desses momentos.
Eu sou realmente grato por ter conhecido as pessoas especiais que conheci.
Você é com certeza uma pessoa especial e extraordinária que eu conheci, e não quero deixar esse quadro cair, porque ele está em destaque. Amei os quadros da memória, que delicadeza. E a tela... Eu teria uma casa assim, sem dúvida.